Não teve jeito. A Feira de Livros de São Luís, que este
ano deveria festejar uma década de existência, arrisca ser a mais fraca de
todos os tempos.
Alguns dos motivos: 1) A feira, que antes era
realizada em dez dias, ficará com apenas sete. Ou seja, perderá um fim de
semana, acarretando tremenda perda para os livreiros e para a comunidade, que
terá menos tempo para visitação; 2) A feira encolheu de tamanho. Dos 32 stands a
serem administrados pela Associação dos Livreiros, ficaram 28, o que acarretou
a lamentável saída de uma das maiores editoras deste país, a Paulus; 3) Afora a
mídia institucional e a pouca espontânea, a Felis praticamente não contou com
divulgação, o que é impensável para um evento desse porte; 4) A forma atabalhoada
e de última hora como a estrutura está sendo montada. Tanto que, prevendo-se
que não estarão concluídas até amanhã (o que parece óbvio), resultou no cancelamento
da abertura oficial do evento.
E por que aconteceu assim? Muito provavelmente (em
que pese o esforço desmedido da equipe da Secretaria, que organiza o evento),
por conta da forma negativa e mesmo desrespeitosa como o executivo vê a cultura
em geral e a questão do livro e da leitura, em particular. Como demonstra, além do
tratamento que vem sendo dado à Feira, a não realização do
Concurso Literário Cidade de São Luís, o único no estado voltado para o
incentivo à produção literária. Mas é sempre bom lembrar: a Feira de Livros e o
concurso, para ficarmos nestes dois exemplos, são conquistas da população, não
devendo ficar suas existências a mercê da vontade do administrador de plantão. Não
devemos desistir delas.