segunda-feira, 28 de abril de 2025

LICEU RIBAMARENSE: VALORIZANDO A LITERATURA MARANHENSE



Tem escola por aqui desenvolvendo trabalhos bastante interessantes de valorização da produção literária local. Uma delas (falarei de outras em posts futuros) é o Liceu Ribamarense, que na última sexta-feira realizou a culminância do seu projeto literário com uma série de apresentações inspiradas em livros como O tambor do Mestre Zizinho, Quem tem medo de Ana Jansen? e Uma aventura pela Cidade dos Azulejos, obras de minha autoria. Ao lado da escritora e bibliotecária Anízia Nascimento, tive a honra de ser homenageado durante o evento, que teve muito teatro, música e animação.

Segundo a bibliotecária da escola, Tamires Alves, o projeto é realizado todos os anos, recaindo de preferência em abril, mês de datas importantes voltadas para o livro e a leitura. E, é claro, para que os resultados sejam os melhores possíveis, o que não falta é gente e trabalho envolvido. “Antes dos ensaios todas as turmas têm contato com as obras que serão trabalhadas. Além disso, contamos com o apoio tanto da direção geral, da direção administrativa e professores, como também de coordenadores e pais de alunos, que colaboram para que o evento aconteça”, diz Tamires.

A gente fica na torcida para que projetos como esse se multipliquem, envolvendo cada vez mais as comunidades escolares e ajudando nossas crianças e jovens a desenvolverem o hábito da leitura.  

Quem tem medo de Ana Jansen?, um dos livros trabalhados no projeto, pode ser adquirido na Amazon (basta clicar) para ser lido no celular ou outros dispositivos. O livro conta a história da famosa dona de escravos que viveu em São Luís no século XIX e que, depois de morta, teve seu nome envolvido em uma lenda que até hoje fascina e assusta os moradores da cidade. 


domingo, 27 de abril de 2025

Montar um clube do livro: uma ótima experiência coletiva para fortalecer o interesse pela leitura

 

Você já pensou em montar um clube do livro, mas não sabia nem por onde começar? Saiba que montar um clube é mais simples — e divertido — do que parece!

1. Reúna a turma certa
Convide amigos que gostem de ler (ou que queiram começar). O importante é ter pessoas interessadas em compartilhar suas impressões as respeito dos livros indicados e, desse modo, ampliar seu entendimento.

2. Defina o formato
Presencial ou Online? Escolha o que combina melhor com o grupo. E lembre-se: encontros regulares são fundamentais para que os integrantes não percam o interesse e o clube caia no esquecimento.

3. Escolha leituras democráticas
Nada de impor um calhamaço de mil páginas de primeira! Comece com livros acessíveis, variados e que instiguem boas conversas. Vale romance, mistério, fantasia ou um clássico moderno. Tudo depende do interesse geral. Resumindo: as leituras devem ser escolhidas democraticamente.

4. Dê voz a todos
Cada participante pode sugerir uma leitura. Para decidir, uma votação simples resolve.

5. Crie momentos especiais
Além da discussão sobre o livro, invente desafios (tipo: “descreva o protagonista em um meme”) ou sorteios de brindes literários. Rir também faz parte da leitura!

E para as crianças?
Crianças também podem — e devem! — criar seus próprios clubinhos de leitura. É uma maneira incrível de desenvolver o gosto pelos livros desde cedo.
Só é importante lembrar de alguns cuidados: a supervisão de pais ou responsáveis é fundamental, tanto para acompanhar os encontros quanto para ajudar a manter tudo seguro e organizado.
Na hora de escolher os livros, a ajuda de professores ou bibliotecários pode ser valiosa, garantindo que as histórias sejam adequadas para a faixa etária e que respeitem os interesses dos pequenos leitores. Assim, o clubinho vira um espaço de diversão, amizade e descobertas literárias!

Dica final: Um clube do livro é, antes de tudo, um clube da amizade literária. Então não se preocupe se alguém não terminar o livro a tempo — o importante é compartilhar histórias e a inigualável experiência literária!

E aqui vai duas dicas. A primeira, para os adultos. Que tal começar com a leitura de A mulher que escreveu a Bíblia (Companhia das Letras)? Nesse divertidíssimo romance vencedor do Prêmio Jabuti, Moacyr Scliar recria o cotidiano da corte de Salomão e oferece novas versões de célebres episódios bíblicos. Em sua narrativa, repleta de malícia e irreverência, a sátira e a aventura são matizadas pela profunda simpatia do autor pelos excluídos de todas as épocas e lugares.

Para os pequenos, uma boa dica é O Menino que Aprendeu a Ver (Salamandra) de Ruth Rocha.  Uma história encantadora e cheia de descobertas sobre o valor de observar o mundo ao redor. É acessível, divertido e perfeito para estimular conversas entre pequenos leitores.



segunda-feira, 21 de abril de 2025

O dia em que Agatha Christie desapareceu: o maior mistério da Rainha do Crime


Assistindo a um vídeo no YouTube, deparei-me com um episódio, no mínimo, curioso — e perfeitamente digno de figurar nas páginas de um de seus próprios romances — envolvendo a célebre escritora inglesa Agatha Christie, mestre incontestável da literatura policial.

Tudo aconteceu em 1926, um ano difícil para a autora: ela havia perdido a mãe, descoberto a traição do marido e mergulhado em um estado depressivo. Foi nesse contexto turbulento que se desenrolou um evento até hoje envolto em mistério.

Numa noite de dezembro, seu carro foi encontrado abandonado à beira de uma estrada, próximo a um lago, com sinais de colisão contra uma árvore. Não havia nenhum vestígio da motorista. A imprensa entrou em alvoroço. O país, em choque, viu crescer uma mobilização sem precedentes: manchetes especulativas, teorias conspiratórias, suspeitos imaginários... Mais de mil policiais foram mobilizados, além de cerca de 15 mil voluntários, todos em busca da autora de O Assassinato de Roger Ackroyd, que parecia ter desaparecido no melhor estilo dos enredos que ela tão bem sabia criar.

A charada teve uma solução parcial onze dias depois, quando um músico ligou para a polícia relatando que Agatha Christie estava hospedada em um hotel de luxo, registrada sob um nome falso e dizendo ser procedente da África do Sul. Quando as autoridades chegaram, encontraram uma mulher que não reconhecia sequer o próprio marido.

As explicações são diversas — e nenhuma definitiva. A versão mais aceita sugere um colapso nervoso com amnésia dissociativa: um estado mental que teria apagado da memória partes significativas de sua vida naquele momento. Outras teorias, mais românticas (ou conspiratórias), sugerem que Agatha teria encenado seu próprio desaparecimento — como se desejasse ser, pela primeira vez, a protagonista de um mistério à sua altura.

O fato é que a própria autora nunca esclareceu o que realmente aconteceu. Nenhuma carta, nenhum trecho autobiográfico. Nada. O mistério permanece, como um caso não resolvido à espera de um investigador brilhante. Talvez, quem sabe, Hercule Poirot, seu famoso detetive belga de bigode impecável — ou por nós, leitores, eternamente fascinados pelas fronteiras entre realidade e ficção.

sábado, 12 de abril de 2025

GOSTA DE LIVROS DE TERROR? ENTÃO VAI CURTIR ESSA LISTA ELABORADA POR QUEM ENTENDE DO ASSUNTO

 


Pedimos para a famosa Ana Jansen — sim, ela mesma, a dama mais temida das lendas maranhenses — compartilhar com nossos leitores uma lista com seus cinco livros de terror favoritos. Com um sorriso torto e um brilho perverso nos olhos, ela prontamente aceitou. Acendeu uma vela, soprou a poeira de um tomo empoeirado e, de punho, escreveu as sugestões que, segundo a própria, fazem seu defunto coração quase voltar a bater.

1. Drácula, de Bram Stoker
"Meu querido conde! Ah, quantas boas lembranças…", escreveu Ana, com um suspiro soturno. O vampiro mais icônico da literatura é, para ela, um verdadeiro gentleman das trevas. Talvez o único que Donana consideraria passar o resto da eternidade. Importante: Ela recomenda ler à luz de velas, longe de espelhos e, se possível, com uma boa réstia de alho ao alcance da mão para o caso de alguma surpresa desagradável.

2. O Iluminado, de Stephen King
"Esse King tem talento para mexer com a sanidade alheia", comentou Ana, gargalhando enquanto girava uma chave enferrujada para tirar de dentro da estante um exemplar do livro autografado pelo próprio King. Jack Torrance e sua lenta descida à loucura conquistaram o coração sombrio da nossa anfitriã, que disse colocar o Hotel Overlook como primeiro da lista para uma boas férias, ou, quem sbe, uma lua de mel com ele, o conde Drácula.

3. A Assombração da Casa da Colina, de Shirley Jackson
"Adoro casas com personalidade! Por isso, essa indicação", Ana Jansen declarou, justificando essa escolha. Uma indicação, na nossa opinião, perfeita, por se tratar de um clássico do horror psicológico e, mais do que isso, um guia prático para que qualquer arquiteto, caso queira, transforme qualquer lar em um assombroso ponto turístico do além. Aconselha leitura em noites de relâmpagos e trovões.

4. Frankenstein, de Mary Shelley
“Criar vida com raios e ciência? Genial!”, disse Ana, segurando um frasco misterioso. Enquanto em alguns (quase todos) o monstro do doutor Frankenstein desperta pavor, em Donana a criatura desperta ternura: "Pobrezinho... só queria um abraço. E quem não quer?". Um clássico que ela relê sempre.

5. Coraline, de Neil Gaiman
“Uma menina corajosa enfrentando monstros disfarçados de mães perfeitas? Delícia de leitura!”, comentou. Apesar de ser voltado ao público juvenil, Ana afirma que esse livro tem camadas assustadoramente profundas, capazes de deixar de pernas bambas até os mais valentões. 

Em breve, caso Donana se mostre tão receptiva quanto foi desta vez, uma nova lista será aqui publicada. Por hora, votos de boa leitura — e bons arrepios.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

ROMANCE GANHADOR DO PRÊMIO OCEANOS TEM LANÇAMENTO NESTA QUINTA, NA AML


      O escritor cabo-verdiano Joaquim Arena profere palestra e lança, nesta quinta-feira (15/08), a partir das 19h, na sede da Academia Maranhense de Letras, o seu romance Siríaco e Mister Charles (Editora Gryphus). Inédito no Brasil, o livro é o grande vencedor do Prêmio Oceanos de 2023, um dos mais prestigiosos reconhecimentos literários lusófonos da atualidade. A vinda do escritor a São Luís faz projeto Conversações de Além-Mar, que além de Arena, já possibilitou a presença na capital maranhense de outros grandes autores lusófonos, a exemplo do moçambicano Mia Couto e do angolano José Eduardo Agualusa. 

    Siríaco e Mister Charles conta a história da amizade improvável entre o jovem Charles Darwin, que esteve 16 dias na ilha de Cabo Verde quando iniciava seus estudos para o monumental A origem das espécies. Já Siríaco é um ex-escravo portador de vitiligo e que, assim como o cientista, também existiu.  No romance, Siríaco acompanha a família real que fugia do exército napoleônico com destino ao Brasil. Até que, durante uma parada na Vila da Praia, apaixona-se e decide ficar em Cabo Verde, onde torna-se intérprete do naturalista, com quem desenvolve uma relação de confiança e amizade. 

   O romance, primeira obra de Joaquim Arena a ser lançada no Brasil, conta com prefácio da historiadora Mary del Priore, que festeja: "Uma ótima notícia! O romance histórico está de volta. Uma cortina se ergue, os personagens entram em cena e o cenário reconstituído convida o leitor a visitar um outro tempo". Diz ainda del Priore: "Joaquim Arena soube orquestrar um complexo de informações no qual real e ficção se misturam de maneira íntima. E resultam num texto elegante e penetrado de erudição". 

    Joaquim Arena nasceu em 1964, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, filho de pai português e mãe cabo-verdiana. Nos anos 80 e 90 viajou pela Europa formando-se em Direito, em Lisboa, regressando a Cabo Verde como advogado, músico e jornalista. A Verdade de Chindo Luz foi o seu primeiro romance, após o que publicou Debaixo da Nossa Pele, um ensaio-reportagem sobre os seus antepassados, escravos e trabalhadores livres nos campos de arroz do Vale do Sado. Foi assessor do presidente Jorge Carlos Fonseca até 2021.  O evento, que contará com palestra do autor, acontece com apoio da Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), do SESC e do Instituto Casa do Autor Maranhense (ICAM).  

Evento: Lançamento do livro Siríaco e Mister Charles e palestra do autor Joaquim Arena
Quando: dia 15/08 (quinta-feira), a partir das 19h 
Onde: Academia Maranhense de Letras (AML) – Rua da Paz, 84, Centro
Preço: R$ 48,00 (quarenta e oito reais) - 

Adesão do Maranhão à Independência