segunda-feira, 21 de abril de 2025

O dia em que Agatha Christie desapareceu: o maior mistério da Rainha do Crime


Assistindo a um vídeo no YouTube, deparei-me com um episódio, no mínimo, curioso — e perfeitamente digno de figurar nas páginas de um de seus próprios romances — envolvendo a célebre escritora inglesa Agatha Christie, mestre incontestável da literatura policial.

Tudo aconteceu em 1926, um ano difícil para a autora: ela havia perdido a mãe, descoberto a traição do marido e mergulhado em um estado depressivo. Foi nesse contexto turbulento que se desenrolou um evento até hoje envolto em mistério.

Numa noite de dezembro, seu carro foi encontrado abandonado à beira de uma estrada, próximo a um lago, com sinais de colisão contra uma árvore. Não havia nenhum vestígio da motorista. A imprensa entrou em alvoroço. O país, em choque, viu crescer uma mobilização sem precedentes: manchetes especulativas, teorias conspiratórias, suspeitos imaginários... Mais de mil policiais foram mobilizados, além de cerca de 15 mil voluntários, todos em busca da autora de O Assassinato de Roger Ackroyd, que parecia ter desaparecido no melhor estilo dos enredos que ela tão bem sabia criar.

A charada teve uma solução parcial onze dias depois, quando um músico ligou para a polícia relatando que Agatha Christie estava hospedada em um hotel de luxo, registrada sob um nome falso e dizendo ser procedente da África do Sul. Quando as autoridades chegaram, encontraram uma mulher que não reconhecia sequer o próprio marido.

As explicações são diversas — e nenhuma definitiva. A versão mais aceita sugere um colapso nervoso com amnésia dissociativa: um estado mental que teria apagado da memória partes significativas de sua vida naquele momento. Outras teorias, mais românticas (ou conspiratórias), sugerem que Agatha teria encenado seu próprio desaparecimento — como se desejasse ser, pela primeira vez, a protagonista de um mistério à sua altura.

O fato é que a própria autora nunca esclareceu o que realmente aconteceu. Nenhuma carta, nenhum trecho autobiográfico. Nada. O mistério permanece, como um caso não resolvido à espera de um investigador brilhante. Talvez, quem sabe, Hercule Poirot, seu famoso detetive belga de bigode impecável — ou por nós, leitores, eternamente fascinados pelas fronteiras entre realidade e ficção.

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