Xilogravura de Airton Marinho para um cordel inédito sobre a vida de Gonçalves Dias |
Ao contrário de edições passadas, o patrono da
Felis 2016 não é um escritor vivo, mas que se imortalizou pelo poder da sua produção
e importância da sua obra. Trata-se do caxiense Gonçalves Dias, sendo a opção por
um escritor já falecido, na minha opinião, acertada, na medida em que evita guerrilhas
de ego e ciumeiras que eventualmente envolvem a escolha do principal
homenageado da Feira.
Menos lembrado do que deveria entre nós,
maranhenses, Antônio Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, em
Caxias. Era filho do comerciante português João Manuel Gonçalves e da
brasileira, cafuza, Vicência. Que foi mandada embora quando o pai do poeta
conhece D. Adelaide Ramos d’Almeida, com quem se casa.
Em 1830 o menino, que fica sob a guarda paterna,
inicia os estudos das primeiras letras com o professor José Joaquim de Abreu. Nos
anos seguintes estuda caligrafia e contas, trabalha com desenvoltura no
estabelecimento comercial do pai, para em maio de 1837 partir na companhia de
João Manuel para São Luís com destino a Portugal. O genitor, adoentado, viaja
para tratamento de saúde; o filho, que chamava a atenção dos amigos da família
pela sua inteligência e conhecimentos, para estudar Direito em Coimbra.
É então que o futuro poeta sofre o primeiro grande
revés da sua vida. Na capital, a saúde de João Manuel recrudesce e ele morre,
voltando Antônio para Caxias onde passa a residir com a aquela que tomara o
lugar da sua mãe Vicência, a madrasta Adelaide. (Continua)