Desde que surgiu, a literatura de cordel passou por altos e baixos. Hoje está em alta, com talentosos autores assinando livros publicados pelas maiores editoras do país. Os clássicos da poesia popular, entretanto, continuam despertando a atenção de muita gente. Daí o compromisso da SLZ Editora de reeditar obras de alguns precursores do cordel, com uma lista que, fazendo justiça, é encabeçada pelo pai dessa vertente da literatura, o pernambucano Leandro Gomes de Barros.
Dois livros da série, que será incorporada ao projeto Giroteca (bibliotecas escolares móveis) já saíram do prelo. São “O cachorro dos mortos” e, reunidos em um só volume, os divertidíssimos “O testamento do cachorro” e “O cavalo que defecada dinheiro”. Folhetos que, vale lembrar, serviram de inspiração a Ariano Suassuna na composição do seu “O auto da compadecida”, grande sucesso nas telas dos cinemas.
Leandro Gomes de Barros nasceu a 19 de novembro de 1865, na Fazenda Melancia, município de Pombal, Pernambuco, e faleceu no dia 4 de março de 1918. Em sua crônica de 9 de setembro de 1976, para o Jornal do Brasil, o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Não foi príncipe dos poetas do asfalto; mas foi, no julgamento do povo, rei da poesia do sertão, e do Brasil em estado puro”. Para Drummond, Leandro foi “o grande consolador e animador de seus compatrícios, aos quais servia com sátira, passando em revista acontecimentos fabulosos e cenas do dia a dia, falando-lhes tanto do Boi Misterioso, filho da vaca feiticeira, que não era outro senão o Demo, como do real e presente Antônio Silvino, êmulo de Lampião”.
Outros títulos que virão na sequência: "História de Dimas, o bom ladrão", "As quatro órfãs de Portugal" e "A história da princesa da Pedra Fina".